segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As BFFS da Horta


Eu e a Murcela, a minha amiga de longa data, conhecemo nos em pequeninas. Crescemos juntas la na aldeia e desde entao que somos inseparaveis. Este texto é dedicado a ela. MURCELA É PARA TI MULHER !! Em pequeninas corriamos pelas ribeiras na apanha do salmao e costumavamos frequentar a catequese juntas, como se costumar dizer actividades de amigas coloridas. Em jovens iamos para o lago apanhar sol e uma vez, nunca me eide esquecer, conhecemos dois moços, o jorginho ( filho do presidente da junta ) e o primo, o Zé Nelo, mais conhecido na aldeia por Pilinhas. Eramos mesmo felizes na altura. Depois veio o casamento ( E tu mulher se bem que tiveste muitos ) e os catraios e agora temos tido menos tempo dara as nossas fanfarras. Agora nem ao carnaval da aldeia vizinha vamos juntas.
Ai lembraste quando nos chatiamos porque o teu mais novo, o Roberto anão, atropelou duas ovelhas minhas com a scooter? Ai miga fiquei tao chatiada! Mas tu depois la me fizeste a tua preciosa canja de grelos e fizemos as pazes. Ainda me lembro das nossas saidas a pares, eu, tu e os nossos homes e a Clarinha e a companheira dela. Sempre gozamos com ela, porque gostava de mulheres, chamavamos lhe a Beiços. Era uma curte.
Como os tempos passam e agora, ao fim de longos anos, ainda somos BFFS DA HORTA. Sempre partilhamos legumes e fruta das hortas e faziamos o pastoreio á mesma hora, só para fugir ao teu compadre e para darmos uma de letra.
VELHOS TEMPOS MULHER!
Este texto é para que nunca te esqueças que me tens aqui, apesar de terem demolido o muro que nos separava. Ai eu tanto tenho que te agradecer pela ajuda que me tens dado quando tou sozinha e se me dao aqueles malditos ataques, que a bem dizer fazem parte da idade ou quando me levas os catraios para o escolinha!
Apesar de nunca me teres dito que andavas na bubiba e o teu mais novo ter pegado varicela ao meu, quero que saibas que és a minha BFF das culturas, colheiras e gado.
ADORO TE
O MEU MUITO OBRIGADA MULHER!
ESTARÁS SEMPRE NO MEU CORAÇÃO <3

Murcela

Sou a Antonieta Felismina Repolho Murcela, filha da Alzira da merciaria e do Américo peixeiro da aldeia . Sou natural e residente desde que nasci de Troncoso.
Casei-me ao 35 ano, porque o meu pai ofereceu 7 ovelhas e 70 galinhas ao homem mais velho da aldeia, que tinha 97 anos, porque ninguem me queria, porque diziam que tinha muito bigodinho e pelos no peito.Após 3 meses de casamento o jaquim, morre a comer a ceralelac, isto porque tinha perdido a placa quando foi pastar as cabras ao monte.Fui-me casar com o catrio dele que tambem era solteiro e dessa relação sairam 5 catraios mais lindos. O Casemiro, o Alfredo, a Clementina , o Simão , a Lucilia e o meu mais novo o Roberto que é anão.
Neste momento vivi com o meu homem o Alberto Jesus, filho do meu falecido marido e da miquinhas da fonte que nunca cheguei a conhecer , que morreu antes de eu nascer, com os meus cinco filhos, ou quatro e meio como na aldeia dizem, com o meu avô , Romeu da Cruz Mocadas e com a minha tia, a Gabriela do Socorro, porque estão avariadinhos e o meu Alfredo , o do meio, dsse que como concertas as poucas televisões da aldeia podia ser que desse o jeitinho a eles ficassem melhores.
Formei-me na custura de peles de coelho e ovelha, mas actualmente vivi do rendimento da minha tia e do meu avô, mais o abono do Roberto que esse é piqueno para toda a vida , mais o rendimento mínimo, sou alcoólica desde os meus 13 anos, desde que comecei a ir buscar vinho a adega para por na mesa ao comer, que pumba mais uma golada e quando dava por minha já estava a saluçar.
Danço e canto do rancho daqui da aldeia, sem esquecer que tenho uma horta em conjunto com a Lininha que é a minha melhor amiga desde o dia em que me ajudou a saber o que era monstrualção, pensando eu que tinha esmagado algum bicho por entre as pernas.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Festa da Apanha da Castanha


A festa da Apanha da Castanha é feita aqui na aldeia em Março. A aldeia juntasse toda e há bubida e comida toda a semana, financiada pelo Presidente da junta José Pinho. A Apanha da Castanha é uma tradição da nossa aldeia e todos os anos organizamos uma pequena feira em memoria dos combatentes que lutaram para tornar esta aldeia um lugar melhor. A feira é constituida por carroceis, rolottes de farturas e porras e as habituais barracas dos ciganos cá da aldeia. Eu pessoalmente adoro esta festa, alias eu adoro todas as tradições aqui da feira, já desde miúda frequentava estas coisas, o meu tio ja falecido tinha uma barraca com jogos tradicionais e eu nesta altura costumava ajuda lo com estas coisas. Todos os anos temos um convidado especial á actuar, o ano passado foi o João Caçarrola e este ano o cartaz é supresa, mas já se tem especulado muita pela aldeia que será o filho da cunhada da dona da loja e café Tino Arrebita.


Esta feira é um lugar de convivio e diversão uma vez que toda a aldeia se junta ( somos mais de 55 habitantes ) e ninguem dorme nessa semana. Há fanfarra toda a semana, uma coisa louca!


Estes ultimos anos temos recebido mais pessoas de fora, que tem adorado e prometem voltar. O Presidente da Junta este ano prometeu umas atracções especiais, para dinamizar a aldeia e atrair mais estrangeiros. Temos tambem exposição de comidas tradicionais e de artesanato, produzido pelo grande e prestigiado QUIM BOLOTA, escultor de renome aqui da aldeia.


Na imagem sou eu, a Murcela, uma prima da Clarinha, a Clarinha e a Natividade